ATA DA PRIMEIRA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 15-6-2005.
Aos quinze dias do mês de
junho de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezesseis horas e quatro
minutos, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell,
Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto,
Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Haroldo
de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Manuela d’Ávila, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D’Avila,
Neuza Canabarro, Raul Carrion, Paulo Odone, Sebastião Melo e Valdir Caetano.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, DJ Cássia
Gomes, Ervino Besson, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes,
Maria Celeste, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki e Professor Garcia.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Às dezesseis horas e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às dezesseis horas e dezesseis minutos, constatada a existência
de quórum. Após, em face de Questões de Ordem formuladas pelo Vereador Luiz
Braz, o Senhor Presidente prestou informações sobre o quórum necessário para a
continuidade da presente Sessão e, em face de Questões de Ordem e manifestações
formuladas pelos Vereadores Luiz Braz, João Antonio Dib, Maria Celeste, Ibsen Pinheiro,
Nereu D’Avila e Haroldo de Souza, prestou informações acerca dos trabalhos da
presente Sessão, em especial quanto à regimentalidade de solicitações de
Comunicação de Líder e ao momento de ingresso na Ordem do Dia. Na oportunidade,
a Vereadora Maria Celeste formulou Requerimento verbal, solicitando verificação
de quórum. Às dezesseis horas e trinta e três minutos, constatada a inexistência
de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador
Nereu D’Avila. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada
a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por
mim e pelo Senhor Presidente.
Vamos suspender os trabalhos para que haja acordo entre as Lideranças sobre a ordem dos Projetos na Ordem do Dia. Eu gostaria de dizer que estamos procedendo excepcionalmente à abertura da presente Sessão Extraordinária. Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h08min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 16h16min): Estão
reabertos os trabalhos da presente Sessão Extraordinária, mas tenho que fazer a
verificação de quórum, porque são necessárias dezenove presenças para entrarmos
na Ordem do Dia.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, V. Exª abriu os trabalhos com o quórum absolutamente normal. Vossa
Excelência tinha mais de vinte Vereadores. Neste momento, nós não estamos ainda
na Ordem do Dia, portanto, neste momento, nós precisamos de um quórum simples,
de catorze Vereadores, para que a Sessão transcorra normalmente. Só quando V.
Exª abrir a Ordem do Dia, e V. Exª pediu que as Lideranças acertassem essa
ordem, é que iremos precisar, novamente, de dezenove Vereadores ou mais. Mas,
neste momento, catorze Vereadores são capazes de tocar a Sessão.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Luiz
Braz, eu gostaria de colocar a V. Exª as condições excepcionais,
excepcionalíssimas, em face do desejo manifesto, implícito do Plenário. Bom,
nós teríamos que ter uma pauta, uma ordem para abrir a Ordem do Dia.
Presumia-se que a ordem para a abertura da Sessão Extraordinária seria o
espelho de hoje. Por isso, eu entendo - vou discordar de V. Exª - que a matéria
é específica, é para que nós votemos matéria que diga respeito à Ordem do Dia.
É a ponderação que faço a V. Exª, porque nós temos que preservar as nossas
normas o máximo possível, porque isso é que dá austeridade ao Plenário. Essa
defesa, o Presidente, a Mesa, nós temos que fazer tanto quanto possível.
Portanto, a minha ponderação a V. Exª é que, se nós
estamos numa Sessão Extraordinária específica, nós precisamos do número exato
da maioria absoluta para entrarmos na Ordem do Dia.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, V. Exª tem sabedoria a respeito de todo o Regimento e da Lei
Orgânica desta Casa, jamais eu vou contestar V. Exª na sua sapiência; só que
nós temos uma Sessão que já foi aberta. Então, cabem os pedidos de Lideranças
normais, cabe - claro, na hora exata - a abertura da Ordem do Dia, cabe tudo o
que acontece, na verdade, com o quórum exigido para as Sessões normais. Somente
a abertura é que não pode constar com menos de dezenove Vereadores, mas V. Exª já abriu a Sessão com mais de
vinte Vereadores, então, os tempos de Liderança podem ser pedidos a qualquer
instante, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Veja V. Exª
que nós abrimos uma Sessão Extraordinária, exatamente interpretando o desejo do
Plenário, que era no sentido de votar
matérias constantes do espelho. Então, agora, eu tenho de fazer o quê? Eu tenho
de fazer uma verificação de quórum - e digo de quórum especial - para
ingressarmos na Ordem do Dia.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Mas eu peço
Liderança, Sr. Presidente. E eu estou absolutamente correto e dentro do
Regimento.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu ouço o
Ver. João Antonio Dib.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, V. Exª, com muito bom senso, com muita sensatez, permitiu que nós
reabríssemos a Sessão, praticamente para entrar na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exatamente,
de forma excepcional.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Não havia
quórum. Eu acho que, agora, nós temos de entrar, imediatamente, na Ordem do
Dia, para isso fomos convocados extraordinariamente. Não importa o Regimento, é
o bom-senso que importa agora.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu insisto
com esse entendimento, porque ficou assente, implicitamente, por todos; enfim,
esse era o desejo, de que se fizesse uma Sessão Extraordinária tão-somente para
examinarmos determinadas matérias a critério dos Vereadores, tanto é que
suspendemos por dois, três minutos para se votar matérias constantes da nossa
Ordem do Dia Ordinária. Então, presume-se que tínhamos, para a Sessão
Extraordinária, exatamente toda a Ordem do Dia. Esse é o sentido, Ver. Luiz
Braz. Por isso, a ponderação que faço a V. Exª é de que temos de fazer a
verificação de quórum para entrarmos na Ordem do Dia.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, se a Sessão foi aberta, diz o Regimento que, a qualquer instante
dentro da Sessão, fora do período da Ordem do Dia, cabe pedido para Liderança.
Eu estou exatamente dentro do Regimento da Casa, porque nós ainda estamos fora
do período da Ordem do Dia, eu estou pedindo Liderança para Vossa Excelência.
Eu não estou, de maneira alguma, infringindo o Regimento. No momento em que
houve quórum para abrir a Sessão, e, conforme o Regimento, antes da abertura da
Ordem do Dia, cabe pedido de Liderança, o qual eu estou lhe pedindo.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu quero
deixar claro - e está demasiadamente claro - que nós só cedemos isso,
excepcionalmente, pelo sentimento do Plenário, para que votássemos, nesta
Sessão Extraordinária, algumas das matérias constantes no espelho da Sessão
Ordinária. Isso ficou visível aqui, é nesse sentido que eu estou apelando para
que se faça a verificação de quórum para a Ordem do Dia, porque, do contrário,
a razão pela qual, excepcionalmente, nós fizemos uma Sessão Extraordinária
perde a sua credibilidade.
A SRA. MARIA CELESTE (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, o nosso Regimento, no art. 187, é muito claro quando diz que a
convocação extraordinária pode ser feita pelo Presidente, aprovada pelo
Plenário - como V. Exª encaminhou, de forma correta -, com objeto específico de
discussão. Com relação a esse objeto específico de condução dos trabalhos, não
houve como nós fazermos um acordo nas Bancadas para isso. Eu entendo, agora,
que V. Exª está requerendo, de forma correta, a questão da entrada direta na
Ordem do Dia. Por isso, nós não temos objeto de matéria de discussão de Pauta
para esta Sessão, e houve um apelo, após o encerramento da Sessão, por parte do
Ver. Ibsen Pinheiro, para que pudéssemos entrar na Ordem do Dia. Eu entendo
que, com esse sentimento e esse Requerimento do Ver. Ibsen, se torna objeto de
discussão, desta Sessão, a Ordem do Dia, e não toda a plenária, pois não houve
convocação com objeto de matéria.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estava
implícito, quando se fez verificação de quórum para abertura da Sessão Extraordinária,
vencermos algumas das matérias constantes da Ordem do Dia da Sessão Ordinária.
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr.
Presidente, só para concluir, com esse raciocínio de V. Exª e também com o
entendimento da nossa Bancada, eu peço verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu ouço antes
o Ver. Ibsen Pinheiro.
O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, eu quero, primeiro, cumprimentar V. Exª pela sensibilidade, como
Presidente de todos nós, de perceber que o encerramento de uma Sessão, numa
quarta-feira, no meio da tarde, por uma tecnicalidade, não faria bem à imagem
desta Casa. Em segundo lugar, quero subscrever as razões que há pouco
apresentou a Verª Maria Celeste para sustentar o que me parece óbvio, que V.
Exª convocou a Sessão Extraordinária para apreciação da Ordem do Dia. Se os
Líderes entenderem que, apesar disso, a mera abertura da Sessão não implica a
Ordem do Dia, eu acho que dependeria da interpretação de V. Exª, que pode
interpretar que, havendo quórum, estamos na Ordem do Dia, e não serão cabíveis
as Comunicações de Liderança, e quem desgostar disso tem os recursos
regimentais. Como poderá também V. Exª interpretar que o quórum para a abertura
da Sessão não impede as Comunicações de Liderança. Nós teremos paciência para
escutá-las; temos tido, por que não vamos ter um pouco mais? Vamos escutar as
Comunicações de Liderança, se essa for a vontade dos Líderes, com o
consentimento de Vossa Excelência. Mas V. Exª tem instrumento regimental para
decretar que estamos na Ordem do Dia. E, se alguém quiser pedir tempestivamente
verificação de quórum, que o faça e assuma a respectiva responsabilidade.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu vou
verificar o quórum. Antes, passo a palavra ao Ver. Nereu D’Avila.
O SR. NEREU D’AVILA (Questão de Ordem):
Vereador-Presidente, eu fico impressionado, às vezes, com as questões
subjacentes, mas não posso deixar de me manifestar, até para que fique
registrado nos Anais.
Existe uma questão excepcional, foi uma excepcionalidade.
Eventualmente, por questões de Vereadores nos gabinetes, não havia quórum
suficiente, e V. Exª encerrou com razão. Foi-lhe feito um apelo, Presidente,
para que, evidentemente, dentro da excepcionalidade, e com a acorrida dos
Vereadores ao plenário, aí, diante do quórum já pleno, dentro da
excepcionalidade, repito, se entrasse na Ordem do Dia.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exatamente.
O SR. NEREU D'AVILA (Questão de Ordem): Agora surgem
firulas regimentais e outras questões. Aí tem razão V. Exª, em não tendo
suporte regimental para confirmar excepcionalidade, porque agora já se quer
entrar numa normalidade de uma Sessão Extraordinária com tribunas e lideranças,
que não era a excepcionalidade que se reivindicava. Vossa Excelência tem razão,
por quê? Porque aí se cai no vácuo: ou se entra, e aí tem de ser concordância
ampla, na excepcionalidade, ou não tem sustentação regimental. Vossa Excelência
tem razão.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu agradeço a
V. Exas., pondero entendimento contrário, mas vou decidir.
O SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, nós estamos envergonhados, o Brasil está com vergonha do que
acompanhamos ontem com o ator político Roberto Jefferson, e eu continuo com
vergonha aqui dentro da Casa. Primeiro com a ameaça de, às 16h05min, fechar a
Casa e irmos embora. Eu estava conversando com o Ver. João Dib, porque não deu.
Aí fizeram um “mexe”, e começamos tudo de novo - desculpe o termo “mexe”. Mas a
gente não saber o que tem de fazer? Ficar levando aula de todos, cada um
entende um pouco mais do que o outro? Nós não sabemos o que fazer aqui no
plenário? É isso?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Decido no
sentido de que se faça a verificação de quórum para entrada na Ordem do Dia.
Evidentemente, da decisão do Presidente, cabe recurso. Solicito a abertura do
painel eletrônico e encareço aos Srs. Vereadores e Vereadoras que registrem
suas presenças para ingressarmos na Ordem do Dia a fim de enfrentarmos o
espelho da Sessão Ordinária.
O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Eu estava
tentando registrar outra vez, Sr. Presidente, para suprir a falta de vontade
política de uma parte desta Casa que não quer deliberar. O coração da Sessão é
a Ordem do Dia! Há matéria para deliberar, Sr. Presidente. Há um orador na tribuna...
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão por falta de quórum.
(Encerra-se a Sessão à 16h33min.)
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